Dois médicos conversando no hospital
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Profissão em risco: por que médicos precisam do seguro de Responsabilidade Civil Profissional

Por: Priscila Araújo

A crescente judicialização da Medicina no Brasil

A judicialização da Medicina é uma realidade cada vez mais presente no Brasil. Dados do Conselho Federal de Farmácia revelam que os processos por erro médico cresceram 506% em um ano no Brasil, um indicativo alarmante sobre como a atuação dos profissionais de saúde está sob constante escrutínio judicial. Por isso, o Seguro de Responsabilidade Civil Profissional se transforma em ferramenta fundamental de proteção jurídica para médicos.

Esse fenômeno não se restringe a erros grosseiros ou má conduta, mas abrange também decisões clínicas complexas, muitas vezes interpretadas de forma subjetiva por juízes, advogados e peritos.

Um exemplo recente ganhou repercussão nacional: uma profissional da área foi condenada por homicídio culposo médico após a morte de um bebê no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O caso, ocorrido em 2018 e julgado em 2024, mostra que, mesmo sem intenção de causar danos, a responsabilidade médica pode gerar consequências civis e criminais severas.

Diante desse cenário, surge uma pergunta inevitável: como os médicos podem proteger seu patrimônio, sua carreira e sua saúde emocional? A resposta passa diretamente pelo seguro para médicos, um excelente aliado na promoção da defesa profissional médica, juridicamente e financeiramente. Continue a leitura e saiba mais sobre o assunto!

O que é o Seguro de Responsabilidade Civil Profissional?

O Seguro de Responsabilidade Civil Profissional (RCP) é uma proteção específica para profissionais liberais, como médicos, que cobre os custos resultantes de reclamações, processos judiciais e extrajudiciais relacionados ao exercício da profissão. Esse seguro para erro médico oferece:

  • cobertura para indenizações, sejam elas determinadas judicialmente ou resultantes de acordos;
  • custos com defesa profissional médica no âmbito jurídico, incluindo honorários advocatícios e despesas processuais;
  • proteção patrimonial, evitando que o médico precise usar recursos próprios em caso de condenações.

Diferente do Seguro de Responsabilidade Civil Geral (RCG), que cobre danos a terceiros em situações diversas (como acidentes em estabelecimentos), o RCP foca nas responsabilidades que decorrem de atividades técnicas especializadas, como diagnósticos, cirurgias e condutas clínicas.

Casos reais que ilustram a necessidade do seguro

A crescente judicialização da Medicina no Brasil tem exposto profissionais de saúde a riscos legais de largo alcance, mesmo quando atuam com diligência e dentro dos padrões técnicos estabelecidos.

O caso do Hospital Sírio-Libanês é emblemático. Uma médica foi acusada de homicídio culposo médico por supostamente não atender prontamente um recém-nascido, que veio a óbito. A defesa argumentou que todos os protocolos foram seguidos, mas a Justiça entendeu que a falta de uma ação imediata contribuiu para o desfecho trágico.

Esse não é um episódio isolado. Médicos enfrentam processos por diferentes motivos. Vejamos os principais:

  • erro de diagnóstico, quando uma doença não é identificada precocemente;
  • atrasos em exames ou procedimentos, muitas vezes por questões estruturais do sistema;
  • complicações em cirurgias, mesmo quando são riscos conhecidos e informados previamente aos pacientes.

Em todos esses cenários, a responsabilidade médica pode ser questionada judicialmente, ressaltando a importância de uma proteção jurídica para médicos. Confira mais alguns casos de falhas médicas que resultaram em ações na Justiça:

Diagnóstico errado de câncer de próstata

Em 2005, a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) foi condenada a indenizar um paciente em R$ 200 mil por danos morais após um diagnóstico incorreto de câncer de próstata.

O paciente foi submetido a tratamentos agressivos, como braquiterapia e radioterapia, que causaram sequelas irreversíveis.

Posteriormente, exames em outras instituições confirmaram que ele não tinha câncer. A Justiça destacou a negligência dos médicos responsáveis pelo diagnóstico equivocado.

Compressa esquecida no abdômen

Em Brasília, uma paciente sofreu durante seis anos com dores abdominais, incontinência urinária e outros sintomas depois de uma cirurgia para retirada da vesícula.

Em 2016, descobriu-se que uma compressa havia sido esquecida em seu abdômen durante o procedimento realizado em 2010.

O médico responsável foi condenado a indenizar a paciente por danos morais e estéticos, totalizando R$ 72 mil.

Erro em diagnóstico radiológico

Em Minas Gerais, uma paciente foi submetida a um tratamento ortopédico incorreto devido a um erro em exame radiológico que indicava um encurtamento de 1,8 cm na perna esquerda.

Após persistência das dores, novos exames revelaram que a diferença real era de apenas 0,8 cm. A clínica e o médico foram condenados a indenizar a paciente por danos morais e materiais.

Diagnóstico falso de sífilis

Em São Paulo, uma paciente foi erroneamente diagnosticada com sífilis após exames de rotina para laqueadura.

Submetida a tratamento doloroso com antibióticos, ela posteriormente descobriu que os exames estavam trocados. A Justiça reconheceu o erro e determinou indenização por danos morais no valor de R$ 8 mil.

Caso Paulo Pavesi

Em 2000, em Poços de Caldas (MG), o menino Paulo Pavesi teve seus órgãos removidos depois de um diagnóstico de morte cerebral.

Investigações posteriores revelaram que ele ainda estava vivo no momento da retirada dos órgãos.

Médicos envolvidos foram acusados de homicídio qualificado e remoção ilegal de órgãos, evidenciando falhas graves nos procedimentos médicos e éticos.

Caso Joanna Marcenal

Em 2010, no Rio de Janeiro, a menina Joanna Marcenal, de cinco anos, morreu após ser atendida por um falso médico que lhe ministrou medicamentos anticonvulsivos e deu alta mesmo com a criança desacordada.

O caso revelou falhas na verificação de credenciais profissionais e resultou em processos criminais por homicídio, falsidade ideológica e exercício ilegal da Medicina.

Caso Marcelo Caron

O ex-médico Marcelo Caron foi condenado pela morte de cinco mulheres e por causar lesões corporais em outras durante procedimentos estéticos para os quais não possuía habilitação.

Apesar de não ser especialista em cirurgia plástica, ele realizava lipoaspirações que resultaram em infecções generalizadas e mortes. Seu registro médico foi cassado, e ele foi condenado por múltiplos crimes.

O que o Seguro de Responsabilidade Civil Profissional cobre?

As principais coberturas do Seguro de Responsabilidade Civil Profissional, em especial o seguro para médicos, incluem:

  • defesa profissional médica: custos com advogados especializados desde a primeira notificação ou citação judicial;
  • indenizações judiciais ou extrajudiciais: valores acordados ou determinados pela justiça;
  • perícias e pareceres técnicos: fundamentais para embasar a defesa;
  • proteção patrimonial: evita que o profissional utilize bens pessoais para pagar despesas judiciais;
  • cobertura para danos morais e estéticos, quando não intencionais, dependendo da apólice contratada.

Essas garantias permitem que o médico mantenha sua atuação profissional com mais tranquilidade, mesmo diante de processos longos e desgastantes.

Evitar culpabilizações precipitadas: a importância do suporte jurídico

A Medicina, sabe-se, não é uma ciência exata. Nem sempre há um único desfecho possível para um quadro clínico. O próprio caso da médica do Sírio-Libanês ilustra essa complexidade: embora a perita judicial tenha afirmado que não era possível determinar uma responsabilidade individual clara, o juiz entendeu que houve omissão e condenou a profissional.

Este tipo de interpretação ressalta como a judicialização da Medicina requer uma proteção jurídica para médicos desde o início, algo que o seguro erro médico oferece de forma estruturada e eficaz.

Ter acesso imediato a uma defesa qualificada tende a ser o diferencial entre um processo bem conduzido — e até mesmo arquivado — e uma condenação injusta.

Quem deve contratar esse tipo de seguro?

O seguro para médicos não é exclusivo para profissionais em início de carreira nem restrito a quem atua em consultórios. Ele é recomendado para:

  • médicos em qualquer fase da carreira, desde residentes até especialistas;
  • clínicas e consultórios de pequeno e médio porte;
  • médicos autônomos e profissionais que fazem plantões em diferentes unidades;
  • especialidades de maior risco jurídico, como: Obstetrícia (altíssimo índice de judicialização); Cirurgia Plástica; Anestesiologia; Emergência e UTI; Oncologia e outras especialidades críticas.

Como funciona a contratação e personalização do seguro?

O processo de contratação é simples e pode ser adaptado à realidade de cada profissional:

  • análise do perfil de risco: o corretor especializado avalia fatores como área de atuação, volume de atendimentos, procedimentos realizados e se o profissional atua em múltiplas instituições;
  • personalização da apólice: retroatividade (cobertura para eventos passados, desde que não sejam de conhecimento prévio); coberturas adicionais (plantões, cirurgias específicas, atuação em mais de um hospital);
  • flexibilidade nas cláusulas: permite incluir ou excluir determinados riscos, ajustar limites de indenização e franquias.

Empresas como a Akad Seguros oferecem opções específicas, tanto na modalidade de Responsabilidade Civil Profissional, quanto na de Responsabilidade Civil Geral, com coberturas sob medida para médicos e clínicas.

O impacto emocional de um processo médico

Além dos prejuízos financeiros, a responsabilidade médica em juízo traz abalo emocional significativo. Os efeitos podem incluir:

  • estresse e ansiedade intensa;
  • comprometimento da autoestima e da segurança no exercício profissional;
  • prejuízos à reputação, que podem impactar a carreira por anos, mesmo após a absolvição;
  • comprometimento da relação médico-paciente, afetando diretamente a qualidade do cuidado.

O Seguro de Responsabilidade Civil Profissional não resolve os desafios emocionais diretamente, mas oferece uma rede de segurança que permite ao médico dar mais atenção no cuidado ao paciente, sem viver sob constante medo jurídico e financeiro.

Um investimento em proteção e tranquilidade

A Medicina é uma profissão nobre, mas que trabalha diariamente com decisões complexas, riscos e incertezas.

A recente condenação no caso do bebê no Hospital Sírio-Libanês reforça que nenhum médico está imune à judicialização da Medicina, nem mesmo os que atuam em hospitais de excelência.

O Seguro de Responsabilidade Civil Profissional não se resume a uma formalidade contratual: é um verdadeiro escudo jurídico e patrimonial, que permite ao médico exercer sua vocação com segurança, confiança e respaldo técnico. Lembre-se de que se proteger é também uma forma de cuidar da sua própria vida, da sua carreira e de quem depende do seu trabalho.

Quer saber mais sobre como proteger sua atuação médica? Fale com um de nossos corretores e conheça as opções de Seguro de Responsabilidade Civil Profissional mais indicadas para você.