Uma pessoa assinando um contrato
Gestão Entenda mais sobre o sinistro

Prazo de regulação de sinistro: o que diz a legislação?

Por: Leonardo Godóes

O que é regulação de sinistro?

A regulação de sinistro é uma das etapas mais importantes no relacionamento entre o segurado e a seguradora. Trata-se do processo em que a seguradora analisa e avalia a ocorrência de um sinistro, verificando se ele está de acordo com as condições da apólice contratada.

Esse procedimento é necessário para garantir que o segurado receba a indenização ou o reembolso de forma justa e dentro dos prazos previstos, ou seja, deve-se respeitar o prazo de regulação de sinistro.

Para muitos consumidores, esse é um momento delicado, marcado por ansiedade e expectativas, principalmente em situações de perda ou dano significativo.

Não é raro que os segurados se preocupem com o tempo de resposta da seguradora, sobretudo quando precisam rapidamente dos recursos para lidar com uma situação emergencial.

Assim, compreender o funcionamento desse processo e os direitos assegurados pela legislação que regulamenta os seguros é fundamental para que o consumidor se sinta mais confiante. Saiba mais ao longo de nosso artigo!

Qual é o prazo legal para o pagamento da indenização?

A legislação de seguros estabelece um prazo claro para que as seguradoras concluam o processo de regulação de sinistro e realizem o pagamento da indenização.

O artigo 43 da SUSEP nº 621/2021 define o prazo de sinistro em 30 dias corridos, contados a partir da data em que o segurado entrega toda a documentação necessária.

Essa regra tem como objetivo ofertar maior previsibilidade e transparência ao processo, beneficiando tanto os consumidores quanto o mercado segurador como um todo.

É importante destacar que a contagem dos 30 dias só se inicia depois da empresa responsável receber toda a documentação de sinistro exigida. Ou seja, a entrega de uma documentação incompleta pode atrasar o início do prazo, prolongando o tempo de espera do segurado.

O cumprimento do prazo de regulação de sinistro é uma garantia considerável para os consumidores, que podem desejar agilidade e comprometimento por parte das seguradoras.

Caso a seguradora não respeite o que a SUSEP define em relação ao prazo de sinistro, o consumidor pode buscar suporte nos órgãos de defesa do consumidor ou até mesmo recorrer ao Poder Judiciário.

Pedido de documentos adicionais: como funciona a contagem do prazo

No decorrer da análise do sinistro, é possível que a seguradora identifique a necessidade de solicitar documentos complementares ao segurado. Nessas situações, a contagem do prazo de 30 dias é suspensa até que os documentos adicionais sejam entregues. Assim que o segurado os apresentar, o período para pagamento da indenização do seguro é retomado no próximo dia útil.

Esse mecanismo de suspensão e retomada é necessário para garantir que a seguradora tenha tempo suficiente para fazer uma verificação completa e criteriosa do sinistro, evitando falhas ou erros no processo.

Por que alguns casos demoram mais?

Embora o prazo legal de 30 dias seja uma regra geral, existem situações em que a regulação de sinistro pode demorar mais tempo. Entre os fatores que podem prolongar o processo, destacam-se:

Documentação incompleta ou errada

O envio de documentos equivocados ou a ausência de itens essenciais pode atrasar a análise do sinistro. Por isso, é relevante que o segurado confira com atenção a lista de exigências fornecida pela seguradora.

  • Exemplo envolvendo acidente de carro:
    Um segurado sofreu um acidente de carro e enviou à seguradora apenas o boletim de ocorrência, mas esqueceu de incluir as fotos dos danos no veículo e o orçamento da oficina mecânica.
    Sem essas informações, a seguradora não consegue avaliar corretamente o caso, atrasando o início do prazo de 30 dias.

Complexidade do sinistro

Algumas situações necessitam de perícias detalhadas, apuração de terceiros ou até mesmo investigações mais aprofundadas. Sinistros que envolvem incêndios ou acidentes de trânsito geralmente requerem análises técnicas específicas e coleta de informações adicionais.

  • Exemplo envolvendo incêndio de indústria:
    Um incêndio em uma fábrica pode demandar a visita de um perito especializado, a análise das causas do incidente (como problemas elétricos ou ações externas) e a revisão da cobertura contratada. Esses processos levam tempo e exigem coordenação de diferentes profissionais.

Demanda elevada em eventos climáticos extremos

Eventos como enchentes, tempestades e vendavais podem gerar um grande volume de sinistros em um curto período, sobrecarregando as equipes das seguradoras.

  • Exemplo envolvendo enchente de grande alcance:
    Após uma grande enchente que afetou uma cidade inteira, centenas de segurados registraram sinistros simultaneamente.
    Com isso, a seguradora enfrenta um volume muito alto de processos, o que pode prolongar o tempo para a avaliação de cada caso e, consequentemente, prorrogar o prazo de regulação de sinistro.

Questões relacionadas a fraudes

Casos em que há suspeitas de irregularidades podem exigir uma investigação minuciosa por parte da seguradora, prolongando o tempo necessário para a conclusão da análise.

  • Exemplo envolvendo furto inexistente:
    Se a seguradora suspeitar que um sinistro é fraudulento, como um caso em que o segurado declarou o furto de um carro que ainda está em sua posse, será necessário conduzir uma investigação mais aprofundada, incluindo entrevistas e verificações de registros.

Revisões contratuais ou dúvidas sobre a cobertura

Em algumas situações, a seguradora pode precisar rever cláusulas da apólice para atestar que o sinistro está de fato coberto. Essa avaliação detalhada pode gerar atrasos adicionais.

  • Exemplo envolvendo ausência de cobertura específica:
    Um segurado que teve sua residência atingida por um desmoronamento pode enfrentar demora na análise caso a apólice não tenha cobertura específica para desastres naturais.
    A seguradora precisará revisar as cláusulas contratuais e certificar que o sinistro está de acordo com as condições previstas.

Interferência de terceiros ou disputas jurídicas

Em sinistros que envolvem múltiplos interessados ou litígios, como acidentes de trânsito com terceiros, a demora na resolução tende a ser mais longa devido à necessidade de alinhamento entre todos os participantes.

  • Exemplo envolvendo acidente com mais de um veículo:
    Em um acidente de trânsito envolvendo mais de um veículo, a empresa responsável pode precisar aguardar a conclusão de investigações para determinar quem foi responsável pelo evento e proceder à indenização do seguro.
    Se houver disputas entre as partes ou ações judiciais, o processo de regulação de sinistro se torna bem mais moroso.

É preciso reforçar que o prazo de 30 dias só começa a ser contado depois da entrega completa de todos os documentos exigidos. Assim, o segurado deve se organizar para fornecer as informações necessárias de forma correta e no menor tempo possível.

O papel do corretor de seguros no processo

O corretor de seguros desempenha um papel fundamental na regulação de sinistros, atuando como o principal elo entre o segurado e a seguradora.

Seu trabalho ajuda a simplificar o processo e a resolver possíveis dúvidas ou dificuldades, sendo um ponto de apoio para garantir que o segurado seja bem assistido. Entre suas principais funções, estão:

  • orientar o segurado sobre a documentação de sinistro necessária: o profissional pode explicar quais documentos devem ser entregues e como preencher corretamente os formulários solicitados, prevenindo erros e atrasos;
  • agilizar a comunicação com a seguradora: como intermediador, o corretor pode transmitir informações de forma mais rápida e eficiente, reduzindo demoras e fornecendo maior transparência;
  • garantir suporte técnico e emocional: além de passar informações práticas, o corretor pode apoiar o segurado em momentos de incerteza ou preocupação, promovendo maior segurança durante o processo;
  • negociar junto à seguradora em favor do segurado: o corretor pode interceder para assegurar que os direitos do cliente sejam plenamente atendidos, principalmente em cenários mais delicados, buscando resolver conflitos com foco na satisfação do cliente;
  • prevenir problemas futuros: ele também pode orientar o segurado sobre precauções que devem ser tomadas depois do sinistro, ajudando a evitar problemas semelhantes no futuro e confirmando a manutenção da cobertura adequada;
  • dar informações minuciosas sobre o contrato de seguro: o corretor pode esclarecer cláusulas específicas da apólice e contribuir para que o segurado compreenda os limites de cobertura e as exclusões, de modo que todas as partes estejam cientes de suas obrigações e direitos;
  • facilitar a coleta de evidências: nos casos em que o sinistro exige a apresentação de provas, como fotos ou relatórios, o corretor pode auxiliar na preparação e organização desses materiais;
  • acompanhar todas as etapas: desde a abertura do sinistro até o seu encerramento, o corretor pode monitorar o andamento do processo, atualizando o beneficiário sobre o status e gerando confiança até a indenização do seguro sair.

A atuação do corretor é indispensável para que o segurado tenha uma experiência positiva e que o sinistro seja solucionado com a maior rapidez e segurança possível, refletindo o compromisso em conferir confiança e tranquilidade durante momentos críticos.

Importância da transparência no processo de sinistro

A transparência é um dos pilares básicos para a credibilidade do mercado segurador. Quando o processo de regulação de sinistro é gerenciado de forma clara e previsível, os consumidores se sentem mais seguros e confiantes em relação às seguradoras. Entre os principais benefícios da transparência, destacam-se:

  • segurança jurídica: a clareza das regras e do prazo de regulação de sinistro evita conflitos e protege os direitos do consumidor;
  • previsibilidade: o segurado pode planejar melhor suas ações, sabendo exatamente o que esperar da seguradora;
  • confiabilidade no mercado: a transparência fortalece a relação entre segurados e seguradoras, contribuindo para a reputação do setor como um todo.

A legislação de seguros e os esforços das seguradoras para cumprir os prazos são exemplos de como a transparência gera vantagens para todos os participantes do processo.

Conclusão

Concluindo, a regulação de sinistro é um processo que abrange diversos fatores, mas que conta com regras claras e prazos definidos para promover uma experiência mais justa para os segurados. Recapitulemos os principais pontos:

  • o prazo legal para pagamento da indenização do seguro é de 30 dias corridos, contados a partir da entrega completa da documentação solicitada;
  • a suspensão do prazo de regulação de sinistro em caso de pedidos de documentos extras é um mecanismo importante para análises mais precisas;
  • o corretor de seguros é um aliado valioso, ajudando o segurado em cada etapa da demanda.

Na Akad, reforçamos nosso compromisso com a transparência, a eficiência e o respeito ao prazo de regulação de sinistro definido pela lei, buscando sempre proporcionar uma experiência positiva para nossos clientes.

Quer saber mais sobre como funciona a regulação de sinistro na prática? Acompanhe nossos conteúdos aqui no blog e siga a Akad nas redes sociais para receber dicas exclusivas sobre o universo dos seguros! Estamos presentes no Facebook, no Instagram, no Youtube e no LinkedIn!